VENHA CONOSCO ESTA É UMA LUTA QUE PRECISA DE ESPAÇO EM SUA AGENDA

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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um alerta a juventude!!!!! Force a porta não à deixe fechada construa uma nova realidade


Estamos completando 10 anos de avanços nas discussões sobre as necessidades e formulação de políticas publicas voltada a juventude nacionalmente, mas é nos municípios e estados que o problema se caracteriza se apresenta diariamente ATODOS NOS.
È através das armas não letais da policia, do armamento letal da policia e do bandido, venda do consumismo desenfreado pelas grandes mídias, na educação de ensino médio de péssima qualidade oferecida, no não tratamento adequado dos dependentes químicos, na discriminação e a falta de oportunidade aos diferentes.
No desrespeito as opções, lutas, bandeiras e posicionamento dos jovens. Não é toa que a mobilização dos municípios a fim de realizar suas conferencias da juventude é praticamente nula, invadindo as nossas mentes dizendo que não há jovens na militância e se esquecem que se manter vivo e com princípios nos dias atuais é a própria militância.
Desta forma esta lutadora faz uma reflexão não é a toa que discutir afim desperta a cidadania e a consciência política dos jovens vem sendo sufocada e dês motiva e dês articula dentro de nossos municípios, quando forçamos a discussão não somos encarados como agentes políticos sim como grupo que não tem o que contribuir.
Com o fim do prazo para os municípios convocarem conferencia municipal via decreto acredito na sociedade civil que pode e deve construir as  conferencia municipais por meio da mobilização  e conquistarmos o apoio de sindicatos, deputados, vereadores, prefeituras, ONG’s associações de bairro e demais agentes que construam e apóiam uma política participativa em seus municípios e para esta luta.

MOBILIZE SUA CIDADE!!  VAMOS A LUTA, POIS O CIRCULO E ATROCA SÃO AS NOSSAS ARMAS PARA A SOBREVIVENCIA E CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA REALIDADE E UM NOVO MUNDO!

OBJETIVOS DE REALIZAR UM ACONFERENCIA DESCRITOS NO DECRETO DA PRESIDENCIA
I - fortalecer a relação entre o governo e a sociedade civil para maior efetividade na Formulação, execução e controle da Política Nacional de Juventude;
II - promover, qualificar e garantir a participação da sociedade, em especial dos jovens, na formulação e no controle das políticas públicas de juventude;
III - divulgar, debater e avaliar os parâmetros e as diretrizes da política nacional de. Juventude;
IV - indicar prioridades de atuação do Poder Público na consecução da Política Nacional de Juventude;
V - deliberar sobre a estratégia de monitoramento das resoluções da 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude;
VI - apresentar subsídios para a construção do Sistema Nacional de Juventude;
VII - propor aos entes federados estratégias para ampliação e consolidação da temática juventude junto aos diversos setores da sociedade;
VIII - propor aos entes federados diretrizes para subsidiar a elaboração de políticas Públicas de juventude;
IX - propor e fortalecer mecanismos de articulação e cooperação institucional entre os Entes federados e destes com a sociedade civil no âmbito das políticas públicas de Juventude;
X - colaborar e incentivar a atuação conjunta de municípios e estados em torno de planos e metas comuns para a população jovem;
XI - identificar e fortalecer a transversalidade do tema juventude junto às políticas públicas nos três níveis de governo;
XII - mobilizar a sociedade e os meios de comunicação para a importância das políticas de juventude para o desenvolvimento do país;
XIII - fortalecer e facilitar o estabelecimento de novas redes de grupos e organizações de jovens;
XIV - fortalecer, ampliar e diversificar o acesso da sociedade civil, em especial da. Juventude, aos mecanismos de participação popular; e.
XV - fortalecer as instituições democráticas e o próprio conceito de democracia no Brasil.

Conferencias livres com terreiros e kilombos
Local
Data
Contato
Rio Grande do Sul (Porto Alegre)
22/08/2011 – Vila Farrapos Associação pelo Povo Bantu
Elida 051 84344384

Baixada santista
28/08/2011 – Guarujá/ Vicente de carvalho -Terreiro Pai Baianinho
Kitanji 011 85591813
São Paulo Capital
03/09/2011 – Itaquera – São Paulo
Kitanji 011 85591813
Itapeva
10/09/2011 – kilombo de Jaó - Itapeva
Kitanji 011 85591813
Minas Gerais
29/09/2011
Tatetu Arabomim  031 99835827

Osasco
01/10/2011 Carapicuíba
Kitanji 011 85591813

terça-feira, 28 de junho de 2011

AS COMUNIDADES TRADICIONAIS DE MATRIZ AFRICANA GARANTEM O DIREITO HUMANO DO ALIMENTAR DE FORMA INTEGRAL

A justificativa para as Comunidades Tradicionais de Matriz Africana:

Antes apenas denominadas comunidades terreiros, estivessem inclusas no programa do governo federal de distribuição de alimentos para populações específicas está ligada a vulnerabilidade social que estas comunidades sofrem pelo processo de discriminação historicamente sofrida e agravado pelo crime constitucional de intolerância religiosa, o que as coloca muito próxima de populações muito vulneráveis socialmente.
No decorrer destes seis anos se obteve avanços confirmados por dados – como o acesso destas famílias que na primeira prestação de conta em 80% não tinham nenhum outro benefício a hoje chegar a 60% com outros benefícios.
O reconhecimento dos zeladores das comunidades pela sua comunidade em torno transformou 60% destes em conselheiros do CONSEA nos seus municípios, delegados de conferências de saúde, segurança alimentar, filhos que se tornaram conselheiros tutelares, projetos na área da saúde e da educação desenvolvidos.
Hoje se observa tendências para serem melhores aprofundadas, saímos de 90% de mulheres para um maior número de homens ainda não significativo, aumentou o número de negros as custas dos pardos e aumentou os adeptos da umbanda o quanto estes fatos está relacionado com a insegurança alimentar ainda há de se estudar, mas com certeza leva a uma vulnerabilidade mais transitória, o que desencadeia é o desemprego literalmente, e a proximidade faz com que saiam também e coloquem outros mais necessitados, os depoimentos são carregados de emoção ao entregarem a cesta. Isto é acompanhado com o cadastro renovado e atualizado constantemente pelas casas.
As doenças crônicas e incapacitantes de qualquer membro da casa são outro fator de busca de apoio que ao receber de uma comunidade tradicional faz a diferença pois estas famílias passam a participar da família extensiva como manda a tradição, muitas vezes o zelador dividindo da sua mesa com os assistidos.
A valorização da prática tradicional de alimentar e cuidar do meio ambiente, leva a recolher as embalagens plásticas da própria cesta, o óleo, diminuir o sal. Desmistificar mitos como o dendê é mais calórico e mais saturado, não é uma verdade que vem sendo dita.
Rompemos com o mito da desorganização e da solidão no mundo. Nossa tradição é primeira, acredita ser tudo sagrado, do criador ao grão de areia, como a bola da copa não existe costuras no universo da tradição africana.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

RELATÓRIO ANO 2005-2011 – FÓRUM DAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA EM DEFESA DA SEGURANÇA ALIMENTAR DE SP. FOCOMATRIZ-SP

O Fórum das religiões de matriz africana em defesa da segurança alimentar de SP foi criado em meados de 2005.
Os constituintes do fórum são representantes de comunidades de matriz africana, ou seja, casas de candomblé das nações Bantu, Yorubá e Gêgê e da Umbanda. Podem participar entidades nacionais representativas destas nações.

Em São Paulo esta forma de organização foi proposta pelo MONABANTU, entidade nacional que tem como objetivo a defesa dos princípios Bantu. O MONABANTU tem como entidade legalmente constituída e sua representante no estado de São Paulo é a Terra Viva.
Este relatório, tem como competência a última entrega de cestas básicas de 2005, dezembro e seis no ano de 2006.
A entrega é constituída de 2 fases, acolhemos 1600 famílias que foram atendidas seguindo uma metodologia própria e que assegura transparência, garantia de aderência ao projeto e aos princípios da visão de mundo africana, que compreende respeito aos mais velhos, crença nos mais jovens, além da, importância do círculo, onde todos têm função e da dinamicidade que faz o crescimento e da necessidade maior a partir da individualidade pela coletividade.
Seguindo as normas da Segurança Alimentar, o fórum não espera ser mero entregador de cestas básicas, mas alavancador do empoderamento e da emancipação dos atendidos.
Desta forma, o Fórum que é de caráter estadual é constituído de cinco fóruns regionais, com possibilidade de ampliar o número de regiões.
Hoje contamos com o Fórum de Campinas com sete casas na campanha do ano de 2006, Alto Tietê com seis casas, a região sul-oeste com dez casas, a cidade de São Paulo com doze casas e Baixada Santista com dezesseis casas.

As casas não recebem o mesmo número de cestas. As mais velhas, que estão desde o início atendem 40 famílias, as restantes nos primeiros meses, as novas recebem 20 cestas e os critérios para aumentar o número é a aderência ao projeto e as decisões coletivas.
Cada região tem autonomia para desenvolver ações de acordo com a missão do local. As ações implicam em programar a moeda social que dá conta de embalar e transportar os alimentos até o local de distribuição e a infra-estrutura do local que recebe, organiza e armazenam materiais como fichas, telefonemas e etc. Dentre as ações está desenvolver atitudes em relação ao meio ambiente, participação em locais da organização social e de decisão política como conselhos e outros.

As ações do Fórum no ano de 2006 chegaram inclusive ao empoderamento dos zeladores das casas envolvidas, sendo que teremos representantes nas eleições de 2008 em várias cidades.
Existe uma rotatividade entre as comunidades participantes. Atribuímos este fato a pouca quantidade de cestas a serem distribuídas que acaba frustrando a comunidade circunvizinha a estas entidades. A própria estrutura destas entidades que tem peculiaridades culturais, étnicas, sociais e econômicas que as impede o deslocamento a participação em momentos cruciais para a organização do processo que envolve receber, buscar, distribuir e prestar conta destas atividades.

Não existe dúvida da importância da atividade do Fórum para cada entidade. Como uma das representantes lembrava os grãos tem uma importância muito grande para as comunidades de matriz africana. É alimento, é forma simbólica da busca do equilíbrio individual e coletivo. As entidades envolvidas no Fórum que já tinham uma ação importante na sua comunidade, passaram a ter visibilidade, possibilitou o debate da discriminação e da conscientização em relação às comunidades que professam a visão de mundo africana.
A partir deste momento passamos a descrever o perfil dos atendidos no ano de 2005/2006 e na última parte os ganhos na organização de 2007. Do perfil dos atendidos em 2007 e até este momento em 2008 apresentaremos no relatório posterior.
Os resultados apresentados neste momento respondem a uma análise parcial da ficha que é preenchida pelos atendidos pelo Fórum. Esperamos no próximo relatório incluir outras variáveis.


Os atendidos por este fórum em primeiro instante reproduzem os resultados nacionais do IBGE e pesquisa de domicilio com ampla maioria de católicos.
Sem dúvida, a pouca presença de evangélicos é atribuída à intolerância religiosa crescente no nosso país com o crescimento das igrejas denominadas eletrônicas, mas é surpreendente que muitos dos atendidos serem evangélicos e adentrarem as comunidades de matriz africanas e usufruírem da oportunidade de mudar conceitos pré-concebidos destas.
A soma de espíritas, religiões de matriz africana e umbandista transformam estas religiões em segunda entre os atendidos. Fácil entender que o fato de estarem dentro destas comunidades, sem acolhidos por estas, facilita a identificação real de como se sentem quanto à religião sem os temores da discriminação e do desrespeito.


A interpretação da raça e cor, segue um pouco da questão religiosa. Sendo, muito mais nítido o fato de estar nestas comunidades de matriz africana, a questão econômica colocada como critério, não nega o grau de desigualdade em relação a raça neste país. Aqui a soma de pardos e pretos supera em muita os percebidos como brancos e a proporção de amarelos e indígenas, mantém-se igual à proporção geral do país.

O perfil de estado civil deve ser analisado junto com a questão de gênero. Dos atendidos em todo estado 90% são mulheres e estão sozinhas quando se trata de estado civil. Somando as barras de solteiras, viúvas e separadas a proporção é de em torno de 80% dos atendidos.


Quanto à idade, das atendidas 90% são mulheres, sozinhas estão em plena idade produtiva, sendo a maior concentração no período de 20 a 50 anos e estas são mães ou avós.

Conforme colocado na introdução essas atendidas estão distribuídas regionalmente no estado de São Paulo.
A ampla maioria na região de São Paulo e Oeste são por ter sido estas regiões que deram início ao processo do Fórum.

Se mito é aquilo que se conta como uma verdade num momento, num espaço e é vital para o grupo. Este gráfico faz cair por terra, o mito de que os empobrecidos têm muitos filhos. A maioria das atendidas que dividem sua moradia com sua mãe ou irmãs mais velhas têm no máximo de 2 a 3 filhos na sua grande maioria, além de, continuarem sendo as mais vulneráveis e as que necessitam do sistema.

Fácil observar que 100% das casas têm desempregados, sendo que 70% das atendidas que são arrimo da família está desempregada.
Interessante observar que a pequena fatia representada no gráfico, mais de seis desempregados na casa, são casas com mais de 8 moradores e o número de cômodo em cada casa não passa na maioria das vezes de 2 cômodos.

O relatório nesta pequena mostragem pode se dizer, não trazem novidades. A grande novidade é que estas famílias, majoritariamente femininas, dentre 20 a 50 anos, desempregada, vista como negra com um número entre 2 a 3 filhos, não está inclusa nos projetos sociais governamentais e tiveram como oportunidade de incluírem-se nos atendidos, a partir de entidades que estão cravadas na comunidade, próxima as suas casas.
Como evolução deste processo é importante acompanhar os resultados em que estas famílias no ano de 2007 e 2008 estão inclusas a partir do fórum vai além do recebimento da cestas.

No ano de 2007 programamos o que estamos chamando de moeda social. Os atendidos contribuem com a infra-estrutura de organização dos alimentos entregando a cada dois meses 70 latinhas de alumínio. Esta atitude que parece tão simples foi alavancador de atitudes que preservam o meio ambiente, como separação de resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos, cuidado com as águas, exercício físico, alimentação saudável livre de gorduras saturadas, como ação de promoção de saúde.
As entidades a partir dos seus conhecimentos, têm repassado aos atendidos saberes sobre ervas, cuidados com as crianças e utilização de material orgânico desprezível, como o óleo de cozinha. Nas nossas estatísticas em torno de 20% das casas já reutilizavam o óleo e para o ano de 2008 estaremos recolhendo de forma coletiva, também encaminhar para o projeto de biodisel proposto pelo governo federal e em alguns municípios do estado
O engajamento dos fóruns regionais na política das suas cidades, tem feito uma diferença importância no cenário das cidades.
A presença do Fórum estadual na Assembléia Legislativa foi definitiva para o reconhecimento do trabalho.
Nos anos subseqüentes, até os dias de hoje, temos aprofundados e chegamos no momento da 4º Conferência Nacional de Segurança Alimentar.

DIÁLOGO O ALIMENTAR NA TRADIÇÃO


Cuidados com a procedência dos produtos e comer de forma adequada devem fazer parte do cardápio de qualquer pessoa que se preocupe em aliar os prazeres da mesa à qualidade de vida.
por Elisabetta Recine
Ao longo da história, o conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) foi sendo alterado e aprimorado de uma visão que privilegiava a abordagem da produção e disponibilidade de alimentos. Para a incorporação das dimensões da utilização, cultural e ambiental, e, de maneira profundamente diferenciadora, a SAN passou a ser encarada como o instrumento concreto de organização das políticas públicas para a realização do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Para nós, brasileiras e brasileiros, o conceito que vigora, atualmente foi aprovado na Segunda Conferência Nacional de SAN, realizada em Olinda, Pernambuco, em 2004. Segundo ele, a Segurança Alimentar e Nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. Essa definição foi, ainda, adotada pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional sancionada em setembro de 2006. Na definição de SAN, destacam-se estas duas dimensões complementares:
por Miriam Corrêa de Carvalho
“Segurança alimentar e nutricional é a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam social econômica e ambientalmente sustentáveis.”
O conceito de segurança alimentar e nutricional (SAN) é muito abrangente, e as questões relacionadas à garantia da SAN vão desde a soberania alimentar até o Direito Humano a Alimentação Adequada – DHAA.
A soberania alimentar, que confere aos países a primazia de suas decisões sobre a produção e o consumo de alimentos suficientes para sua população, deve ser exercida definindo-se políticas próprias e estratégias sustentáveis de produção, distribuição, comercialização e consumo de alimentos, com o objetivo de garantir o DHAA e respeitando-se as várias características culturais da população.
Segundo Gross et al., a SAN pode ser discutida em quatro dimensões: Disponibilidade de alimentos, Acesso físico e econômico aos alimentos, Utilização dos nutrientes e Estabilidade da disponibilidade, do acesso e da utilização dos alimentos.

Povos e Comunidades Tradicionais

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) preside desde 2007 a Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável das Comunidades Tradicionais. Por meio, do Decreto 6.040/2007, instituiu-se a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) que define esses povos, como grupos culturalmente diferenciados, que possuem formas próprias de organização social.

Esses grupos ocupam e usam, de forma permanente ou temporária, territórios tradicionais e recursos naturais, como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica. Para isso, são utilizados conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. Entre os PCTs do Brasil estão os povos indígenas, os quilombolas, as comunidades de terreiro, os extrativistas, os ribeirinhos, os caboclos, os pescadores artesanais, os pomeranos, dentre outros.

Na III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional definiu-se, como diretriz da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional a ampliação e coordenação das ações de segurança alimentar e nutricional para povos indígenas, demais povos e comunidades tradicionais.

COMUNIDADES TRADICIONAIS

O Brasil caracteriza-se por sua multiplicidade sociocultural, expressada por cerca de 522 etnias, com modos próprios de conduzir sua vida e de entender o mundo, o que as destaca da “sociedade nacional”. Dessa forma, os chamados povos e comunidades tradicionais (correspondentes a oito milhões de brasileiros os quais ocupam ¼ do território nacional) são excluídos do processo democrático e das políticas públicas.
A Constituição de 1988 abriu o diálogo democrático com as comunidades tradicionais por meio da consagração do pluralismo jurídico e democrático, bem como o reconhecimento dos seus direitos. Assim, acompanhou a evolução do modelo baseado no Estado Nacional para o “Estado Plural e Multi-Étnico”, que é fruto do processo histórico e mundial de efetivação dos direitos destas comunidades.

Neste espaço, se insere a Defensoria Pública da União (DPU), que por se tratar de órgão público e oficial de defesa da população brasileira, tem por vocação a proteção das camadas marginalizadas e estigmatizadas da sociedade brasileira. Dessa forma, tem como uma de suas missões constitucionais a defesa e efetivação dos direitos das comunidades tradicionais, tornando visíveis os invisíveis aos olhos da sociedade.
A DPU, além do atendimento nas próprias Unidades espalhadas pelo Brasil, mantém projetos específicos para tratar das questões que envolvem as comunidades tradicionais, com ações in loco que colocam as comunidades tradicionais em contato direto com o Defensor Público Federal, entre as quais, destacam-se:
- Projeto Brasil Quilombola, que envolve outros setores parceiros do Governo, como a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).

- Projeto Dourados, considerado um projeto permanente, que atende às comunidades indígenas locais alcançando mais de 15 mil beneficiados;

- Projeto DPU Itinerante, presta atendimento jurídico em localidades fora do perímetro urbano.
https://docs.google.com/leaf?id=0B6RQpAYuoMuaNDg5OGU2ZDQtYjQzMy00MzMyLWI0NmItYzNkZDE5NWZkMDdk&hl=pt_BR

Carta de Principio FOCOMATRIZ - SP

FÓRUM DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DE MATRIZ AFRICANA
"EM DEFESA DA SEGURANÇA" EM DEFESA DA SEGURANÇA ALIMENTAR, NUTRICIONAL E SUSTENTÁVEL DE SÃO PAULO"
Apresentação

Em meio ao tumultuado cenário de luta contra a intolerância religiosa e reconhecimento das religiões de matriz africana como espaços mantenedores da visão de mundo africano na diáspora, aqueles comprometidos com a luta contra a discriminação e preconceitos e anti-racismo fazem surgir o Fórum das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana em Defesa da Segurança Alimentar, Nutricional e Sustentável de São Paulo. Grupo organizado por iniciativa do Movimento Nacional Bantu – MonaBantu – a partir da tarefa de desenvolver ação junto ao Governo Federal do Brasil para a distribuição de cestas básicas de alimentos conquistados a partir da mobilização nacional no tocante ao reconhecimento das religiões de matriz africana como comunidades tradicionais, assim como os remanescentes de quilombos e comunidades indígenas, além de, sobretudo da sensibilidade do mesmo em atender as reivindicações históricas do movimento religioso africanista.
Entendemos este processo como ponto inicial das discussões quanto às reparações ao continente populacional visto como negro e seus descendentes, bem como das políticas públicas e ações afirmativas para este segmento da sociedade. O que, sem dúvida, teve o empenho efetivo da SEPPIR (Secretaria Especial Para Promoção da Igualdade Racial), marco político relevante.
O Fórum das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana em Defesa da Segurança Alimentar Nutricional e Sustentável de São Paulo é constituído por entidades que têm como objetivo primeiro a defesa e o resgate das religiões de matriz africana, de entidades de caráter nacional e os terreiros e/ou casas que professam a religiosidade de matriz africana e os mesmos mantém sua autonomia e juntos desenvolvem uma ou mais estratégias em torno de um projeto político que unifique, ratifique e visibilize ações relativas às mesmas.
O Fórum das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana em Defesa da Segurança Alimentar, Nutricional e Sustentável de São Paulo tem como espaço deliberativo, assembléias ordinárias e/ou extraordinárias, realizadas em locais itinerantes compreendendo estar em todas as cidades e quem o mesmo tiver representação através de suas entidades. Com direito a voz todos os participantes do Fórum, seguindo critério simples de inscrição e anúncio público ao final da mesma. Terão direito ao voto, um participante de cada entidade, ou seja: 1(uma) entidade, 1(um) voto.

Objetivos do Fórum:

a) Promover o intercâmbio de informação e difusão dentre os participantes quanto às formas de preservação e resgate da religião de matriz africana;
b) Possibilitar articulações e estratégias que levem a operacionalização de projetos e ações com as instâncias governamentais e não governamentais;
c) Estimular a instrumentalização das entidades participantes dos seus direitos, bem como a participação em mecanismo de controle social;
d) Participar e gerenciar atividades que fortaleçam o resgate das religiões de matriz africana;
e) Estar em consonância com o conceito de Segurança Alimentar, cujo objetivo está na aquisição, regularidade e manutenção do alimento saudável aos indivíduos, garantindo para tal, acesso à educação, moradia, trabalho, meio ambiente viável, cidadania e respeito às diferenças, a multiculturalidade e pluralidade étnica existente no país.

Princípios Norteadores

1. Sobrevivência da religião de matriz africana, segundo a visão de mundo africana suprapartidário;
2. Ampliar o conceito de segurança alimentar, garantindo os valores civilizatórios preservados pelas comunidades tradicionais;
3. Contrapor-se a qualquer tipo de discriminação.

ORGANIZAÇÃO

O Fórum das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana em Defesa da Segurança Alimentar, Nutricional e Sustentável de São Paulo está formatado em regionais: Estas regionais estão organizadas em comissões:
1. Comissão Executiva;
2. Comissão de Finanças;
3. Comissão de Eventos;
4. Comissão de Infra - Estrutura;
5. Comissão administrativa.

A comissão executiva tem natureza representativa, é constituída por uma entidade representante de cada comissão mais um representante de cada entidade do movimento nacional. Fomenta e empreende ações políticas deliberadas em assembléia geral.
Todas as demais comissões são espaços políticos temáticos de discussão, reflexão e execução. São compostas por representantes dos terreiros e/ou casas que expressam a religiosidade de matriz africana, levando-se em conta os segmentos étnicos (Angola, Iorubas, Jejes e Umbanda) e entidades de representatividade nacional.
As comissões temáticas reúnem-se sistematicamente na sede do movimento MonaBantu, a fim de facilitar o processo de prestação de contas do movimento junto ao Governo Federal.

Composição do Forum das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana em Defesa da Segurança Alimentar Nutricional e Sustentavel de São Paulo - FOCOMATRIZ - SP

Mapa Das entidades do FOCOMATRIZ-SP

quarta-feira, 8 de junho de 2011

OS BANTOS NO BRASIL

A presença forçada do negro no Brasil se deu desde os primeiros tempos da colonização. Apesar de ter sido quem construiu esta nação o negro sempre foi aqui tratado como elemento de segunda categoria. E em muitos momentos, principalmente na introdução do trabalho assalariado, foi tratado como indesejável. Em vista desta discriminação e do racismo que sempre estiveram presentes nas suas relações com o branco colonizador, o negro escravizado foi “absorvido” apenas na condição de força de trabalho deixado à própria sorte. As diversas identidades étnicas africanas que aqui aportaram foram sempre ignoradas pela cultura dominante. Fosse para melhor dominar, fosse para o não reconhecimento da importância da presença negra na construção da cultura e identidade brasileira.
Em muitas gravuras de época, estas diversas etnias foram retratadas, mas sempre encaradas de forma exótica, pitoresca ou folclórica. O reconhecimento da diversidade étnica da origem do afro-brasileiro deve ser encarado como o primeiro passo para que políticas públicas de ação afirmativa possam ter uma efetiva influência na vida das populações afro-descendentes.
Em relação a esta participação do negro na sociedade brasileira, é Sonia Queiroz quem nos diz:

Introduzido no Brasil durante mais de três séculos pelo tráfico escravo, por muito tempo o negro africano constituiu, com seus descendentes, alta percentagem da população do País, tendo sido um dos elementos mais ativos na formação da cultura brasileira. Apesar disso, nem sempre mereceu a devida atenção de nossos antropólogos, historiadores, lingüistas, enfim, daqueles que, direta ou indiretamente, se ocupam em definir nossa cultura. Assim é comum entre nós a mentalidade assimilacionista, que privilegia a tradição européia e relega nossos índios e negros ao plano das simples influencias, como se nossa cultura os precedesse, o que, levado às últimas conseqüências, corresponde a dizer que a civilização brasileira é anterior ao próprio descobrimento do Brasil!
Por isso diríamos que é preciso redescobrir o Brasil.”1

Sendo a língua, um determinante importante da identidade de grupos humanos, cabe-nos aqui ressaltar mais uma passagem da mesma autora, quando refere-se aos estudos lingüísticos de Yeda Pessoa de Castro (os falares africanos na interação social dos primeiros séculos), onde esta situa a predominância de grupos étnicos procedentes de África no Brasil. E é ela quem também nos fala da localização destes grupos no continente de origem e suas línguas originárias:

Tão importante para suprir as deficiências da informação histórica, esse estudo das evidencias lingüísticas, em seu estágio atual, denuncia a predominância, no Brasil, de ‘povos procedentes de duas regiões subsaarianas: a região do Oeste africano, ao norte da linha do Equador, e o domínio banto, na extensão sul da linha do Equador.’2

No Oeste africano localizam-se as culturas tradicionalmente chamadas sudanesas em que se destacam, em nossa formação etnolingüística, o ioruba (ou nagô) e o jeje (ou mina). Ao Sul do Equador estende-se o domínio das culturas bantas, que compreende diversas línguas, originárias do mesmo proto-banto, das quais se destacam o quicongo, o quimbundo e umbundo como as mais atuantes no Brasil”3

ESBOÇO DO MAPA ETNOLINGÜÍSTICO AFRICANO NO BRASIL4




1 QUEIROZ, Sônia. Pé Preto no Barro Branco – a língua dos negros da Tabatinga, p.17.
2 CASTRO, Yeda P. de. Os falares africanos na interação social dos primeiros séculos, p.11, in QUEIROZ. Pé Preto no Barro Branco, p.28.
3 QUEIROZ, Sônia. Pé Preto no Barro Branco – a língua dos negros da Tabatinga, p.28.
4 CASTRO, Yeda P. de. Ensaios/Pesquisas,p.9.